sábado, 27 de fevereiro de 2010

EMÍLIA FERREIRO FALA SOBRE INTERNET NA ESCOLA



Discípula do psicólogo suíço Jean Piaget, a psicolingüista argentina Emilia Ferreiro foi quem cunhou o termo “construtivismo”. Aos 73 anos, empolgada com as possibilidades que as novas tecnologias oferecem, ela concedeu uma entrevista ao jornal Estado de São Paulo. Confira trechos:

Com a Internet, o problema não é tanto ser linear ou não. O problema é o seguinte. Eu busco, acho um site, que tem um link para outro lugar, e dele vou para outro, e em pouco tempo já nem sei o que buscava. Sou um barco perdido no meio do mar sem porto de chegada. Uma das dificuldades é que cada opção abre outras opções. É muito fácil se perder e o desafio é manter o objetivo da busca diante de uma multiplicidade de opções. É uma coisa que a escola nunca ensinou. Outra coisa é que busco e aparecem cem opções, como escolho? Com que critérios seleciono? O problema da reação aos buscadores é que pensamos que existe alguém por trás que saiba tudo e me mostre tudo e me leve a tudo. E não é assim. Um dos problemas sérios é aprender a duvidar da Internet, que nem sempre me traz o que busco. Para navegar eficientemente na Internet é preciso ter uma série de atitudes novas, tomar decisões rápidas e extrair informação.

Não tem de ler como se ensinava antes na escola, começava do início e seguia até o fim da página. Isso é interessante, porque na Internet, numa busca, é diferente, tem de ter critérios e selecionar, ler de todos os pontos. Uma coisa que se está discutindo seriamente são esses critérios de confiabilidade da Internet. (...)


Para ler a entrevista na íntegra, clique aqui

Frases de Emilia Ferreiro:

“Quem tem muito pouco, ou quase nada, merece que a escola lhe abra horizontes”

“Um dos maiores danos que se pode causar a uma criança é levá-la a perder a confiança na sua própria capacidade de pensar” 

**** Além da atividade de professora – que exerce também viajando pelo mundo, incluindo freqüentes visitas ao Brasil –, a psicolingüista está à frente do site www.chicosyescritores.org, em que estudantes escrevem em parceria com autores consagrados e publicam os próprios textos. 

Para pensar...

Segundo os construtivistas, não se aprende por pedacinhos, mas por mergulhos em conjuntos de problemas que envolvem vários conceitos simultaneamente. No caso da alfabetização, utilizar textos do cotidiano é muito mais produtivo do que seguir uma cartilha. Isso não quer dizer que o ensino não deva ser objeto de planejamento e sistematização. Você, professor, costuma ficar atento ao que cada aluno já sabe para fazer com que avance, em ritmo próprio?
E VOCÊ, O QUE PENSA ???

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